Da minha janela eu vejo pouco céu. Tenho que girar o pescoço 90° pra cima para ve-lo. Vejo pouco as estrelas, mas quando o céu está limpo elas aparecem, e esse momentos são sempre bons.
Gosto de estrelas e sinto falta delas. Não sei absolutamente nada sobre elas e nunca me interessei em aprender os nomes de contelações, principalmente porque só aprendemos aqueles vindos da Grécia e da cultura ocidental, e nunca como japoneses, chineses ou como as tribos brasileiras batizavam o céu e explicavam a sua própria existência.
Isso nunca soa bem. Parece aquelas formas antigas de nacionalismo a la Policarpo Quaresma, mas é o que eu acho. Fora que é uma grande falta de criatividade, pois nós mesmos podemos batizar as constelações com os nomes que quisermos. Afinal, quantos dos (muito) poucos que visitam este blog dependem dos nomes tradicionais pra trabalhar ou sobreviver?
Além do que existe um excesso de informações nesse mundo, e GOSTO que algumas coisas continuem desconhecidas.. pelo menos por mim.
Eu quase não vejo estrelas mas vejo janelas... e é impressinante como eu quase não vejo pessoas nessas janelas. É muito raro. Qual é a graça de se morar no alto se não é pra curtir a vista? Pra que varanda, se não é pra relaxar, pensar um pouco ou namorar, de preferência com estrelas? Pra que ficar mais perto delas, se não é para ve-las?
Aos domingos, lendo jornal, eu sempre gasto uma boa parte do tempo olhando as plantas de apartamentos à venda (e que eu nunca vou ter). Alguns tem varandas lindas, gigantescas (para padrões paulistanos), em edifícios de mais de 20 andares (com apartamentos que valem algumas centenas de milhares de reais).... mas pela experiência no meu (atual) bairro, varandas são muito mais para ostentação do que para uso... o que para uma sem-varanda-sem-vista-e-sem-estrelas como eu é algo muito triste. É um desperdício, na verdade.
Algum morador de Higienópolis me faria a gentileza de emprestar sua varanda por uma noite?