6.9.07
Memória e legados cívicos - Independência
7 de setembro ne lembra as marchas escolares. Acho que todo mundo já marchou um dia, eu pelo menos tive minha dose de demonstração cívica (uau!)
Lembro na verdade que durante boa parte do meu ensino fundamental (finado primeiro grau) pelo menos uma vez por semana cantávamos o hino nacional antes de entrar em sala. Todos juntos no imenso salão do colégio, organizados em ordem crescente de acordo com a altura, ouvindo provavelmente o primeiro exemplar em vinil, te tanto xiado que o troço fazia. Sempre tinha um filho de professor que ajudava a hastear a bandeira enquanto a maioria da criançada embromava cantando o hino.
Mas quando chegava o 7 de setembro era um Deus nos acuda! A professora passava entre os alunos inspecionando quem sabia a letra, já sabendo onde ir, no pé de quem pegar. Os (poucos) alunos bonzinhos e as alunas bonequinhas eram geralmente poupados da versão escolar dos generais da ditadura em sua caça implacável aos alunos subversivos, os desordeiros, os estraga-marcha!
Naqueles tempos de transição dos governos militares esses conceitos pedagógicos e a preocupação com processos sócio-educativos ainda não estavam em voga. Por isso o negócio era ridicularizar o aluno na frente dos demais. Os mais experientes tiravam de letra enquanto os desavisados ou os que riam da situação acabavam provocando a atencipação das reuniões de pais e mestres.
Ah os doces momentos da infância...
Só pra constar, não tenho nada contra marchas, desfile escolar e acho que devíamos saber o hino sim. Só acreditos que essas coisas deviam ser ensinadas e não impostas, e que a participação deveria ser livre ao invés de obrigatória.