19.6.06

A certeza de que vivi bem pouco

Eu gosto muito de Vanilla Sky. É um filme com uma história que muito me agrada, dirigida por um diretor que admiro muito, e que de noite, enquanto eu desligo a luz e tento parar de pensar por 10 minutos pra ver se durmo (o que nunca acontece) eu desejo ser..

Mas acho que o que me atrai mais nele são certas expressões, e certas atitudes dos personagens que me intrigam. E isso acontece pq eu não encontro sentimento semelhante ou correspondente em mim.

Cinema é assim, acho que pra 90% das pessoas que assistem. É se envolver naquela história e de repente alcançar, sentir algo que não é seu, que não te pertence, que não tem a ver com a tua história, mas que uma outra te proporcionou. Viver a vida de outros alguéns por 2 horas (em média).

Entretanto, acredito que em iguais 90% de vezes, mesmo que vc esteja vivenciando a vida alheia, as sensações que o filme te proporciona são conhecidas: medo, paixão, tesão, angústia, alegria... vc as vivencia em uma situação diferente, mas elas são velhas conhecidas.

É aí que mora a questão entre eu e o Vanilla Sky: existem coisas ali que eu não entendo. Eu sinto, mas não entendo. Não consigo traduzir aquilo, não tenho base. Não há registro sobre aquilo.

A certeza de que aquilo eu não vivi.

É muito estranho quando a vida te mostra essas lacunas, e te diz "Bem, sobre isso vc ainda não sabe nada, fofinha". Me causa um sentimento de urgencia que é difícil de controlar, principalmente em momentos como este, onde tenho que devotar 16 horas horas do meu dia pra este trabalho (e tentar dormir nas 8 restantes)

Eu já não vejo a hora de (voltar a ) viver.

Eu quero entender que diabos é aquilo....