20.1.13

Granger

"Todos devem deixar algo para trás quando morrem, dizia o meu avô. Um filho, um livro, um quadro, uma casa ou parede construída, um par de sapatos. Algo que sua mão tenha tocado de algum modo, para que sua alma tenha para onde ir quando você morrer. E quando as pessoas olharem para aquela árvore ou aquela flor que você plantou, você estará ali. Não importa o que você faça, dizia ele, desde que você transforme alguma coisa, do jeito que era antes de você toca-la em algo que é como você depois que suas mãos passaram por ela. A diferença entre o homem que apenas apara gramados e um verdadeiro jardineiro está no toque, dizia ele. O aparador de grama podia muito bem não ter estado ali; o jardineiro estará lá durante uma vida inteira".

(Bradbury, Ray. Fahrenheit 451. São Paulo: Globo, 2009. p. 220 - 221)

Eu comprei esse livro em homenagem ao meu pai. Ele gostava de ficção e acho que teria gostado desse livro. 
Não acredito que o tenha lido, ou já teríamos um exemplar em casa.

E ele me dizia coisas assim.