19.2.08

Fins de tarde da infância pt.1


Ao som da buzina eu corria para o portão. Ou pelo menos queria, mas ficava na fissura. Fissura de pipoca de arroz. Maldito homem, todo dia às 4 da tarde, arrastando pela vila o carrinho e tocando a melodia inconfundível dos pipoqueiros paraenses. Depois sentava na calçada, ouvindo as conversas da minha avó ou pulava elástico com as meninas.
Em Salinas outra festa, comendo pipoca na pracinha, vendo o mar quebrar em frente ao hotel Salinópolis. Fim de tarde, corpo quente do sol na praia o dia inteiro; ombros descascando e dormindo de bruços até o fim de julho.