9.3.07

Mea culpa

Estava eu caminhando pelo shopping a me lamentar sobre este 8 de março: "Po, o dia internacional da mulher tá cada vez mais sem graça. Não ganhei um parabéns que fosse de homem nenhum. Nem de ex-marido, de irmão, amigo, coisa nenhuma. Foi-se o tempo".
Ao chegar em casa, a ficha de tantas aulas sobre gênero e filosofadas sobre a vida caiu: e pra quem eu dei parabéns hj? Resposta: ninguém!
É, minhas queridas, venho aqui fazer minha confissão e mea culpa: quem fugiu do espírito do dia fui eu.

8 de março não é um dia para se ganhar uma rosa murcha na Yamada ou para cobrar a quase-geneticamente-comprovada falta de atenção masculina. Esse dia é pra gente se reconhecer e admirar, sem precisar do entendimento ou da aceitação do outro. Claro que se a contraparte interagir melhor, mas o objetivo não é esse. Antes de mais nada é um momento de auto-celebração e de reafirmação. De ser feliz por ser quem vc é. De se amar e de amar as outras, desenvolver um espírito corporativista entre nós (coisa que a gente tanto critica nos homens, mas no fundo admira. Precisamos disso também).
Por isso, se vc assim como eu ainda não celebrou o 8 de março, faça-o. Indo às compras ou lendo Virgínia Woolf, fazendo a janta ou saindo à noite, ouvindo Britney Spears ou Maria Betânia, faça o que te faz bem, aquilo que te define e não ligue pras imagens facilmente associáveis a isso, pois somos muito mais do que escolhas e estereótipos. Somos muitas e somos únicas. E somos boas pra caralho!

Por fim, desejo para minha mãe, minha irmã, minhas avós, tias, primas, amigas, minhas muitas e queridíssimas amigas, e pra todas as mulheres que aparecerem por aqui, Feliz dia 8 de março atrasado. Obrigada a todas vcs por me ajudarem a construir a mulher que eu sou.