24.2.07

E se a conversa do Samuel com a Ana fosse em Belém?



Ana - Nossa, como faz tempo que eu não venho aqui! Morro de saudades desse lugar...
Samuel - Faz tempo que eu não sento aqui. De vez em quando passo por aqui, mas faz tempo que não sento nesse lugar específico..
Ana - É, também mudou muito. Com esse canhão aqui atrapalha as coisas.. não é mais como no nosso tempo...
Samuel - É, mas muitas coisas já não são...
Ana - ...
Samuel - ...

(Silêncio)

Ana - Po, quantas conversas sérias a gente teve aqui (risos)
Samuel - E planos..
Ana - Sob o sol quente ainda!
(Ambos riem)
Samuel - Lembra quando tinhas aqueles papos estranhos?
Ana - Que papos?
Samuel - Aqueles de que querias te matar?
Ana - ...
Samuel - Esse silêncio é de quem não lembra ou de quem não quer falar disso?
Ana - Hummm, a segunda opção.
Samuel - Ahhh
Ana - Na verdade, daquela época não lembro muito disso não.. mas esse foi um desejo bem frequente recentemente...
Samuel - Ahh (balançando a cabeça em afirmação)

(Silêncio)

Ana - Mas eu lembro de muuuitas outras coisas. De muitas pra uma pessoa desmemoriada como eu.
Samuel - Surpreendente.
Ana - A saudade tem essa coisa engraçada, faz a gente lembrar de tudo, até das coisas mais insignificantes.
Samuel - Tás dizendo que esse lugar é insignificante?
Ana - Não, não tô falando daqui. Tô dizendo que a saudade faz a gente lembrar de tudo, até das coisas simples, que de tão comuns a gente acha que passam despercebidas.
Samuel - É, eu sei como é (incisivo)
Ana - É, eu sei que sabe...

(Silêncio)

Ana - Não tem jeito dessa conversa começar menos tensa, né?
Samuel - Acho que não (risos)
Ana - Então, quem começa?
Samuel - Eu, eu começo...


Trilha da cena: The Scientist (Coldplay)


Uma versão improvisada e alternativa dessa conversa só pra pressionar o autor a terminar logo essa história e fazer de nós pessoas ricas =)